8 de abril de 2015

Dos Ofícios de Clio V - Ordem de apresentação das Comunicações Coordenadas

Confira abaixo a ordem das apresentações e os resumos dos trabalhos que serão apresentados!


COMUNICAÇÕES COORDENADAS – PROGRAMAÇÃO E RESUMOS

16 de abril
1. 13h30min – 13h45min
VIDA DE PROFESSOR: MEMÓRIAS SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA

Bruna da Silva Garcia
Mestranda do PPGH/FURG. Contato: gs.anurb@gmail.com. Trabalho sob orientação do prof. Dr. Jussemar Weiss Gonçalves. Contato: jussweiss@hotmail.com.

A memória é importante para o homem compreender-se no tempo. É a partir dela que nos localizamos no presente, sabemos da existência do passado e podemos fazer certas projeções sobre o futuro. Uma das grandes dificuldades da Historiografia atual ainda é o “afastamento” entre a academia e a escola; os historiadores não estudam a escola nem os membros que a compõem, e não compreendem que ela é um espaço social que merece atenção. Outra grande problemática é o estudo sobre a Memória, para muitos ela ainda é um problema a ser resolvido e que por mais que existam diversas bibliografias a respeito, ela ainda não conquistou um espaço sólido na História.
Sabendo disso, e compreendendo que o estudo sobre a Memória é importante para entender as noções de temporalidade; os processos mnemônicos fazem parte do cotidiano das escolas (os alunos e os professores caminham entre o passado e o presente em todos os momentos da vida escolar, principalmente nas aulas de História). Logo, este trabalho tem o intuito de compreender esse espaço a partir das memórias e experiências de professores de História
Então, o trabalho aqui proposto é o resultado parcial da dissertação de mestrado da proponente. Tem a finalidade de estudar as memórias e as vivências de professores de História da cidade de Rio Grande (RS), docentes que possuem um olhar peculiar sobre o ensino de história e sobre a escola. Esse olhar mais meticuloso se resume a tentativa de utilizar professores com uma determinada vivência dentro dos espaços escolares - mais de dez anos de caminhada dentro do espaço escolar e usando como metodologia a História Oral.

2. 13h45min – 14h
ARTE ROMÂNICA E SUA RÍTMICA RELIGIOSA EM KILPECK, HEREFORDSHIRE: O PATRIMÔNIO IMATERIAL PRESERVADO NO ARENITO


Amanda Basilio Santos - Bacharela em História (UFPel), mestranda em História na linha Arte e Conhecimento Histórico (UFPel) e com Especialização em andamento em Artes na linha de Patrimônio Cultural (UFPel) amanda_hatsh@yahoo.com.br

Este trabalho pretende fazer breves apontamentos sobre a arquitetura românica na Inglaterra, abordando suas regras gerais de constituição e suas peculiaridades. Acima de tudo intencionamos analisar os elementos estéticos na simbologia religiosa estabelecida na igreja de St Mary e St David em Kilpeck, Herefordshire construída no século XII para a compreensão do contexto histórico local. Para tanto, a princípio é feito uma breve análise das características clássicas da arquitetura românica e seu sistema construtivo, para depois ser visto a arquitetura e estética da igreja de Kilpeck, e suas características simbólicas, neste estudo definido como rítmica arquitetônica.
Destacando que o patrimônio tangível resguarda características culturais específicas, pretendemos destacar a existência do patrimônio imaterial particular desta região interiorana da Inglaterra, demonstrando a vasta diversidade cultural do período medieval. Através da compreensão simbólica dada aos elementos arquitetônicos, tanto aqueles que são partes integrantes da estrutura como da ornamentação, será possível compreender o sentido dado a distribuição dos espaços e dos símbolos que complementam estes espaços da igreja. Será feito então uma análise deste elementos à luz dos conceitos de Patrimônio Imaterial, Circularidade Cultural e Hibridismo Cultural.

3. 14h – 14h15min
O ACERVO DE OBRAS RARAS DO MUSEU DE HISTÓRIA DA MEDICINA DO RIO GRANDE DO SUL, SUAS ESPECIFICIDADES E POSSIBILIDADES DE PESQUISA

Mauri Zanirati Silveira Júnior – Graduando em História, estagiário do Setor de Pesquisa e Acervo do Museu de história da Medicina do Rio grande do Sul. maurizanirati@gmail.com
Angela Beatriz Pomatti – Mestre em História, coordenadora do Setor de Pesquisa e Acervo do Museu de história da Medicina do Rio grande do Sul. angelapomatti@yahoo.com.br

Esse trabalho tem como objetivo principal apresentar o acervo de Obras Raras pertencentes à Seção de Acervo Bibliográfico do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, elencando e exemplificando as características e especificidades que levaram esses livros a serem classificados desta forma.
O acervo de Obras Raras é composto por cerca de 520 livros, que assim foram classificadas em função de características como: o período histórico em que foram escritos, a importância do autor, o número de exemplares produzidos ou existentes atualmente, as pessoas a quem essas obras pertenceram, e ainda, se as mesmas possuem alguma anotação ou assinatura dos autores ou de seus acumuladores. As obras estão organizadas, separadas em trinta e sete categorias relativas às especialidades médicas ou assuntos a que elas pertencem. Todo este acervo é proveniente de doações, realizadas principalmente por médicos do estado.
Com esta apresentação pretendemos demonstrar ainda a riqueza de possibilidades de temas e de pesquisas que podem ser realizados utilizando este acervo de Obras Raras.

4. 14h15min – 14h30min
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NO ESPAÇO FORMAL DE ENSINO

Camila Rola Alves – Universidade Federal do Rio Grande. crolaalves@gmail.com

Esta proposta de comunicação oral tem por objetivo destacar alguns pontos do trabalho realizado com uma turma do 4° ano na cidade do Rio Grande, no ano de 2014. Para tanto, utilizamos a metodologia da Educação Patrimonial, a qual tem como objetivo levar os sujeitos, independente da idade, a um processo de conhecimento, valorização e preservação dos bens culturais; sendo assim, a Educação Patrimonial representa uma ferramenta muito interessante de ser utilizada na sala de aula, já que a mesma promove o contato direto do individuo com os bens culturais. Ao trabalharmos com esta metodologia na sala de aula, buscamos mesclar aulas relacionadas à história da cidade, com saídas de campo para que os alunos observassem o que foi abordado na sala de aula, tendo em vista que, ao pensarmos a Educação Patrimonial no espaço escolar, objetivamos trabalhar com as crianças buscando a educação, o despertar do olhar à preservação e trabalho com a história e as memórias locais.

5. 14h30min – 14h45min
RIO PIRATINI: UM LUGAR DE CONSTRUÇÃO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DO MUNICÍPIO DE PEDRO OSÓRIO (RS)

Tatiana Carrilho Pastorini Torres – Universidade Federal do Rio Grande (FURG). tatypastorini@yahoo.com.br
Carmem G. Burgert Schiavon – Universidade Federal do Rio Grande (FURG). cgbschiavon@yahoo.com.br

A presente proposta de comunicação visa destacar parte da pesquisa relacionada à Dissertação de Mestrado intitulada “Educação Patrimonial na Escola: uma experiência entre o ensino de História e o Patrimônio Cultural em Pedro Osório (RS)”, a qual objetivou o desenvolvimento de um novo direcionamento de reflexão e questionamentos na prática de ensino de História a partir do uso da metodologia da Educação Patrimonial. Para tanto, elaborou-se em conjunto com os alunos da Rede Básica de Ensino, alguns roteiros e percursos patrimoniais pela cidade de Pedro Osório (localizada no sul do Estado do Rio Grande do Sul) a fim de se identificar, registrar e valorizar os bens culturais locais. Além disso, por meio da educação do olhar, propiciou-se a utilização da própria cidade como recurso de aprendizado e construção do conhecimento histórico.

6. 14h45min – 15h
PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO SALVAGUARDADO E O ACESSO À MEMÓRIA

Daiane Pereira – Mestranda do programa de pós-graduação em Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe e pesquisadora colaborada do Núcleo de Pesquisa Arqueológica do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá. daianepereira.dp@gmail.com

As coleções arqueológicas salvaguardadas em reservas técnicas representam cerca de 90% do patrimônio arqueológico nacional. Na comunicação proposta irei discutir o potencial de extroversão da reserva técnica do Laboratório de Arqueologia Peter Hilbert, problematizando a possibilidade de um equilíbrio entre a conservação e a extroversão do patrimônio arqueológico. O Objetivo é fomentar a discussão sobre o caráter predominantemente restritivo das reservas técnicas e a importância do acesso às coleções no processo de democratização do patrimônio cultural. Para tal discussão irei me apoiar nos pressupostos interdisciplinares da curadoria de acervos, trazendo exemplos de como a reserva técnica pode ser utilizada como mecanismo de extroversão. Ao reconhecer a função social da reserva técnica almejo contribuir na identificação de novos caminhos de significação dos acervos e na construção de memórias, atendendo os anseios contemporâneos da sociedade por uma maior participação nos processos de construção cultural. Acredito que a extroversão a partir das reservas técnicas pode expandir a participação da sociedade nas questões que envolvem o patrimônio e memória, indagando a limitação dos processos de comunicação do patrimônio arqueológicos e a real aproximação do público com esses bens.

7. 15h – 15h15min
A MEMÓRIA DAS VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS COMO PATRIMÔNIO CULTURAL: POSSIBILIDADES DE ESTUDO DO CASO MANOEL FIEL FILHO

Diego Oliveira de Souza – Técnico do Ministério Público Federal. Doutorando em História pela UFSM. diego.o.souza@hotmail.com

Este trabalho é composto de abordagem interdisciplinar, destacando-se a perspectiva historiográfica e jurídica. Partindo do Caso Manoel Fiel Filho, o objetivo central é investigar a forma como órgãos do Poder Judiciário brasileiro se relacionam com a justiça de transição e a defesa da memória das violações de direitos humanos. Em especial, trata da constituição dos Lugares de Memória da violência estatal, os quais podem ser considerados bens culturais destinados à reparação simbólica das vítimas e à produção de conhecimento histórico.  Para atender esta demanda, formulou-se a seguinte questão: qual é a forma jurídico-política adotada pela democracia brasileira, para promover a responsabilização e a reparação aos abusos de direitos humanos, praticados contra o operário Manoel Fiel Filho, no ano de 1976? Ademais, sustenta-se que a morte de Manoel Fiel Filho não é lembrada, pelo Estado brasileiro, de forma a colaborar com o conjunto de medidas de reparação às violações de direitos humanos, perpetradas no período de 1964-1985. Deste modo, o conhecimento histórico das violações de direitos humanos pode ser constituído por meio dos Lugares de Memória, os quais devem ser concebidos como bens merecedores de tutela judicial como patrimônio cultural brasileiro.

15h15min – 15h45min – Debate

15h45min – 16h15min – Intervalo

8. 16h15mim – 16h30min
APROXIMAÇÕES ENTRE HISTÓRIA E MEMÓRIA: UM ESTUDO A PARTIR DO MEMORIAL DO COLÉGIO FARROUPILHA

Eduardo Cristiano Hass da Silva – Mestrando em História pela PUCRS. eduardo.cristiano@acad.pucrs.br
Milene Moraes de FigueiredoGraduação em História pela PUCRS. milene.figueiredo@acad.pucrs.br

A História que surge com os Annales provoca o surgimento de novos canteiros históricos. Através da História Cultural, afirma-se um novo espaço de pesquisa: a História da Educação, que permite a utilização da memória como fonte de pesquisa. Segundo Nora, estaríamos vivendo uma crise histórica, perante a qual, torna-se necessário a criação de Locais de memória. Neste estudo, mostraremos o potencial dos memoriais escolares (espaços de memória) na realização de pesquisas históricas, tendo por estudo de caso, o Memorial do Colégio Farroupilha. A escola guardou ao longo dos anos diversas atas de reuniões, livros de correspondências, periódicos da escola, fotos e outros documentos. No ano de 2002, decidiram criar um espaço de memória para a escola, que atualmente consiste num espaço de pesquisa e atividade pedagógica. Através desses materiais são preparadas aulas, oficinas e visitas guiadas para os alunos da instituição, bem como são feitos trabalhos acadêmicos por pesquisadores de diferentes universidades.

9, 16h30min – 16h45min
MONGE JOÃO MARIA, PATRIMÔNIO IMATERIAL DAS POPULAÇÕES DO PLANALTO MERIDIONAL DO BRASIL: METODOLOGIA DE PESQUISA

Gabriel Carvalho Kunrath – Graduando em História Bacharelado – UFPEL. gabrielkunrath@icloud.com

Esta apresentação refere-se a um projeto que busca restituir a trajetória da crença no monge João Maria nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Encontra-se em processo de conclusão das duas primeiras etapas do projeto, a cargo do professor Dr. Alexandre Karsburg, o mapeamento dos caminhos percorridos pelos dois monges que peregrinaram pela região utilizando o nome de João Maria. Nesse momento trabalho como voluntário na terceira fase do projeto. Comentarei brevemente sobre o trabalho que a equipe está realizando atualmente e a metodologia empregada para essa etapa. Nesse estágio do trabalho, estamos coletando informações oriundas da internet e de bibliografia especializada sobre o tema. Esses dados recolhidos são referentes aos locais da devoção atual ao monge João Maria. Todos os frutos dessas coletas são depositados em fichas, que serão utilizadas para a elaboração de um quadro que reúna as principais informações de cada ficha, afim de montar um mapa que apresente os locais de fé atribuídos ao monge  João Maria no planalto meridional do Brasil. Esta metodologia será mostrada através da presente comunicação.


10. 16h45min – 17h
O MONGE JOÃO MARIA E SUA DEVOÇÃO ATUAL: PATRIMÔNIO CULTURAL E IMATERIAL PARA A POPULAÇÃO DO PLANALTO SUL BRASILEIRO

Graduando Gabriel Ribeiro da Silva - gabrieisribeiro@yahoo.com.br
Profa. Dra. Márcia Janete Espig – Universidade Federal de Pelotas. marcia.espig@terra.com.br

Este trabalho tem como objetivo reconstruir a crença no monge italiano João Maria de Agostini e do monge João Maria de Jesus no planalto meridional do Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, entre os séculos XIX e XX. Os monges, envolvidos em movimentos sociais dentro e fora do Brasil, deixaram nesses espaços marcas de suas passagens, que os caracterizaram como peregrinos. Criando fama de curandeiros e milagrosos entre os povos dessas regiões, os dois monges acabaram conquistando uma legião devota que não soube diferenciar cada um, tornando-os apenas um “santo” como foco de adoração. Através da crença popular nos monges, o idealizado é constituir uma investigação sobre esse patrimônio cultural e imaterial, com a criação de três mapas de devoção, de diferentes períodos históricos, sendo o ultimo deles voltado para a devoção atual. Sobre este nos deteremos nessa exposição.

11. 17h – 17h15min
PONTO DE MEMÓRIA LOMBA DO PINHEIRO: PATRIMÔNIO INVENTARIADO

Márcia Isabel Teixeira de Vargas – Graduanda em Museologia/UFRGS. Coordenadora REMRS
Cláudia Feijó da Silva – Moradora do Bairro Lomba do Pinheiro. Historiadora. Conselheiras do P MLP. Professoras Rede Pública /RS. jovv@uol.com.br

O Ponto de Memória Lomba do Pinheiro na perspectiva museológica caracteriza-se pelo trabalho permanente do patrimônio cultural, reconhecido por uma comunidade específica, em suas diversas manifestações. Pela relevância das ações de registro, e constituição de um acervo cuja temática propulsora é a memória e o protagonismo dos indivíduos que organizados coletivamente promovem a transformação e melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro.
O Programa Pontos de Memória atende diferentes grupos sociais no sentido de dar voz aqueles que não têm oportunidade de narrar as suas histórias e de compartilhar as suas memórias contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas com base no Plano Nacional Setorial de Museus e Plano Nacional da Cultura. 
O processo de criação do PMLP foi desenvolvido através da pesquisa junto aos moradores, objetivando identificar os seus valores e as suas características sociais, além trabalharmos em oficinas e seminários pontos relevantes, visando mobilizar os moradores em prol da memória e da visão cidadã comprometidos com o desenvolvimento do bairro através do patrimônio cultural. Resultando na exposição Lomba do Pinheiro: patrimônio inventariado e itinerários culturais.

12. 17h15min – 17h30mim
NUMISMÁTICA, HISTÓRIA, POLÍTICA E TRABALHO: UMA ABORDAGEM DO ACERVO DE BRUNO SEGALLA, CAXIAS DO SUL – RS

Mariana Duarte – Doutoranda em Letras – UCS/Associação ampla UniRitter – Bolsista PROSUP/CAPES.

A presente comunicação tem como objetivo apresentar o andamento do projeto de tese submetido e aprovado em junho de 2013, no Programa de Doutorado em Letras da Universidade de Caxias do Sul/Associação ampla UniRitter, na linha de pesquisa Leitura e Processos Culturais. O trabalho caracteriza-se em uma pesquisa sobre a vida e a obra do artista caxiense Bruno Segalla (1922-2001), abordando elementos históricos, políticos, culturais e socioeconômicos de Caxias do Sul (RS) e região, por meio da análise e interpretação do conjunto de seu acervo numismático, salvaguardado no Museu Instituto Bruno Segalla – localizado atualmente nas dependências da Universidade de Caxias do Sul, na mesma cidade. A análise das medalhas se dará, principalmente, partindo da formação e dos pressupostos políticos do artista, com a intenção compreender seu papel e sua contribuição na constituição e preservação da memória e do patrimônio cultural local, a fim de caracteriza-lo como um importante personagem nos movimentos políticos, trabalhistas e sócio históricos da região de colonização italiana, sendo também influenciado por este meio.

13. 17h30min – 17h45min
OS REGISTROS PAROQUIAIS DE CASAMENTO DE ESCRAVOS NA FREGUESIA DA MADRE DE DEUS DE PORTO ALEGRE E A FAMÍLIA CATIVA: 1772 – 1822

Marina Camilo Haack – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. marina_haack@hotmail.com

As Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (1707) normatizavam a prática dos principais sacramentos católicos. Os assentos de batismo, casamento e o óbito deveriam ser registrados em livros específicos com informações padronizadas sobre cada um deles. Através da análise do livro de casamento de escravos podemos construir um quadro quantitativo sobre a escravidão na Madre de Deus de Porto Alegre entre os séculos XVIII e XIX. A pesquisa está vinculada ao projeto de pesquisa Família e Sociedade no Brasil Meridional entre as décadas de 1772 a 1835, orientado pela Profª Drª Ana Silvia Volpi Scott e financiado pelo CNPq.
A metodologia adotada é predominantemente quantitativa e utiliza-se de um banco de dados (NACAOB) para o cadastramento dos registros paroquiais utilizados nesta comunicação.
Concomitante a esta análise quantitativa, vamos realizar uma reflexão sobre os significados da família cativa e suas estratégias dentro das senzalas. Em comparação com os registros de casamento da população livre neste mesmo período, percebemos que estes tinham maior acesso ao matrimônio. Esta ocorrência também será alvo de nossa atenção. Além disso, pretende-se fazer uso de alguns dados quantitativos dos registros de batismos de escravos para complementar e dar suporte ao nosso estudo.

14. 17h45min – 18h
ASPECTOS DIVERSOS DA HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ NO RIO GRANDE DO SUL ATRAVÉS DE FOTOGRAFIAS: O ACERVO FOTOGRÁFICO DO MUSEU HISTÓRICO VISCONDE DE SÃO LEOPOLDO

Rodrigo Luis dos Santos – Mestrando em Historia UNISINOS – Bolsista FAPERGS/CAPES. Historiador voluntário e coordenador de Estágios do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo - rluis.historia@gmail.com

A história da imigração alemã no Rio Grande do Sul é marcada, nos últimos anos, por pesquisas que demonstram a complexidade e a variedade de processos nos quais este grupo étnico e seus descendentes estiveram envolvidos. Política, cultura, sociabilidade, esportes, religiosidade, economia, artes, são apenas alguns exemplos.  As fontes documentais, em seus mais variados tipos, tem se constituído de base para uma historiografia renovada da história da imigração, evidenciado suas múltiplas dimensões. Nosso objetivo, nesta comunicação, é apresentar outra fonte que pode contribuir para ampliar as possibilidades de análise histórica acerca da imigração alemã no Rio Grande do Sul: a fotografia. Neste sentido, contemplamos o Acervo Fotográfico do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo – MHVSL, localizado na cidade de São Leopoldo/RS. Fundado no ano de 1959, o MHVSL possui um acervo fotográfico de mais de 27 mil fotos, que contemplam os mais diversos aspectos da imigração alemã e da inserção deste grupo e de seus descendentes na sociedade rio-grandense e nacional. Estas imagens demonstram elementos significativos das relações entre este grupo étnico para com a sociedade receptora brasileira, corroborando para uma perspectiva historiográfica renovada, que refuta o discurso de apatia e isolamento social, cultural e político de imigrantes alemães e descendentes. A partir desta perspectiva, procuramos demonstrar a importância das fontes imagéticas para o enriquecimento e aprofundamento das pesquisas históricas, não apenas como fontes complementares ou ilustrativas.

18h – 18h30min – Debate

17 de abril

1. 13h30min – 13h45min
AÇÕES EDUCATIVAS DO MUSEU DE HISTÓRIA DA MEDICINA DO RS PARA ALÉM DO ESPAÇO MUSEAL: A CAIXA DE RECURSOS “SABER PARA PREVENIR”

Gláucia Giovana  Lixinski de Lima Külzer – Mestre em História (UNISINOS), Responsável pelo Setor Educativo MUHM - glaucia.kulzer@simers.org.br
Juliana Rocha Gastring – Graduanda em História (PUC), Estagiária do Setor Educativo MUHM – Juliana.rocha@simers.org.br
Alessandra dos Santos da Silva – Graduanda em História (UFRGS), Estagiária do Setor Educativo MUHM - Alessandra.silva@simers.org.br

Diferentes ações educativas são oferecidas aos estudantes de todas as idades que visitam o Museu, ou que participam dos Projetos do MUHM.  Essas atividades ligadas à educação para o patrimônio possibilitam aliar de forma lúdico-pedagógica conhecimento à criatividade.  Em 2013 o MUHM inaugurou a exposição “30 anos de AIDS no RS: a Medicina vencendo a batalha” oportunizando o diálogo sobre HIV/AIDS e educação sexual com professores e alunos no espaço do museu. O Setor Educativo pensando em ampliar suas ações elaborou uma caixa de recursos: “saber para prevenir” que fornecia algumas sugestões de materiais para os professores utilizarem em sala de aula antes da visita dos alunos ao Museu. Essa iniciativa do Setor Educativo parte da ideia de que a educação se realizar em vários ambientes sociais e culturais. O MUHM busca uma parceria permanente e não somente efetivada em momentos de visitação com as instituições educativas. As ações educativas, oferecidas têm como proposta de reforçar, ilustrar e discutir abordagens e enfoques desenvolvidos em sala de aula.  Estas trocas de conhecimentos enriquecem o aprendizado dos alunos e fornecem subsídios para que o professor possa continuar desenvolvendo seu conteúdo fora do espaço escolar.

2. 13h45min – 14h
OFICINA OS TESOUROS DA FAMÍLIA ARQUIVO E CAIXA PEDAGÓGICA ÁFRICA NO ARQUIVO: AÇÕES EDUCATIVAS NO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RS E PATRIMÔNIO NEGRO

Clarissa de Lourdes Sommer Alves – Historiadora, Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. clarissa-alves@sarh.rs.gov.br

Nesta comunicação apresento e problematizo a oficina de Educação Patrimonial Os Tesouros da Familia Arquivo e a caixa pedagogica AfricaNoArquivo como ações educativas desenvolvidas no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) que evidenciam as potencialidades do patrimônio documental para a análise, apropriação e valorização da história, da cultura e das memórias negras afro-brasileiras em nosso estado. A oficina vem sendo realizada nas dependências do Arquivo em parceria com a UFRGS desde 2009 com turmas dos 6º e 7º anos do Ensino Fundamental. A caixa AfricaNoArquivo foi produzida em 2014 e está sendo distribuída como doação para 700 escolas públicas e outras instituições de ensino e de memória. Ambas ações foram construidas a partir do acervo custodiado pelo APERS, documentos manuscritos produzidos em meio a uma sociedade escravista, mas que registram diversos fragmentos importantes da trajetória de sujeitos históricos que foram escravizados, lutaram pela liberdade e por melhores condições de vida. A partir dessas ações busco evidenciar também a relevância e pertinência da realização de ações educativas em arquivos e demais instituições de memória, que podem contribuir sobremaneira para os processos de ensino aprendizagem e para a efetivação da Lei 10.639.

3. 14h – 14h15min
RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE A FOTOGRAFIA “ANTIGOS CARREGADORES DE DOCAS”
Naiara M. R. G. de Assunção – UFRGS. naiara.rotta@gmail.com 
Trabalho resultado do Estágio Obrigatório de Bacharelado, necessário para obtenção de grau em História – Bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O estágio foi realizado no Museu Julio de Castilhos entre março e junho de 2014, com orientação da pesquisadora Jane Mattos. Tal trabalho consistiu na pesquisa histórica relacionada a uma fotografia do acervo intitulada “Antigos carregadores de Doca”. Escolheu-se essa foto por ser uma imagem conhecida, muito utilizada de diversas formas em publicações, blogs, exposições, estando ligada à memória da comunidade negra em Porto Alegre. No entanto, pouco se sabe sobre esta fotografia tanto em relação a sua origem física nos acervos de museus quanto em relação a sua produção. A pesquisa buscou resgatar a trajetória desta fotografia nas instituições museológicas porto alegrenses, atentando o para o fato de ser recente a preocupação com a constituição de uma memória histórica de Arquivos, Museus e Instituições Públicas em nossa cidade. Também buscou-se conhecer mais sobre o desenvolvimento da fotografia em Porto Alegre, capitaneado pelas casas Ferrari e Caligari, relacionando com a memória imagética da cidade e da comunidade afro-descendente.

4. 14h15min – 14h30min
MUSEUS ESCOLARES DE HISTÓRIA EM PORTO ALEGRE: MEMÓRIA E PATRIMÔNIO EDUCATIVO

Nara Beatriz Witt – Mestranda em História da Educação/Bolsista CNPQ-UFRGS. Programa de Pós Graduação em Educação/UFRGS. narabewitt@gmail.com

Esta apresentação é parte do resultado do Trabalho de Conclusão de Curso em Museologia, que abordou os museus escolares, tema que continua a ser investigado no Mestrado em História da Educação. A pesquisa partiu de um mapeamento com o objetivo principal de identificar o maior número desses espaços no âmbito da cidade de Porto Alegre. O presente trabalho apresenta os museus, memoriais e acervos da cultura material escolar que foram localizados. Para apreensão do objeto de estudo constitui um quadro histórico que busca verificar os antecedentes dos museus escolares criados no final do século XIX, vinculados à renovação no método de ensino, inseridos em um contexto de criação dos primeiros museus brasileiros. Constata uma preocupação com a memória escolar e a preservação do patrimônio educativo em um momento mais recente, a partir do final do século XX, como motivação para criação de novos museus, considerados nesse estudo como “museus escolares de História”. Destaca a importância do patrimônio educativo para a História do ensino e dos museus, apontando a aproximação entre Museologia, História e Educação para compreendê-los. Indica a relevância em dar visibilidade aos museus escolares como forma de contribuir para seu estudo, sinalizando novas possibilidades de investigações.

5. 14h30min – 14h45min
O ELEGANTE SPORT - EVOCANDO O CICLISMO DO TEMPO DA UNIÃO VELOCIPÉDICA DE AMADORES E DA RADFAHRER VEREIN BLITZ

Natália de Noronha Santucci – Mestranda em História - PUCRS/Bolsa Capes. nataliasantucci@gmail.com

Esta comunicação faz uma abordagem parcial da pesquisa em desenvolvimento no PPGH/PUCRS sobre ciclismo e indumentária em Porto Alegre no intervalo de 1895 a 1905. Aqui evocaremos a memória das associações de ciclismo que existiram no período - a União Velocipédica de Amadores e a Radfahrer Verein Blitz.
Abordaremos o contexto urbano no qual o ciclismo se difundiu, a construção de espaços específicos para as corridas de bicicleta - os velódromos - as relações de sociabilidade e identidade estabelecidas pela prática esportiva, alguns exemplos dos trajes no cenário do esporte, e também a decadência do ciclismo em função do surgimento de novos interesses.
Todos estes aspectos nos permitem resgatar um pouco o “elegante sport”, que uma vez movimentou um expressivo número de entusiastas,  do esquecimento.
Perto dos 120 anos de fundação do primeiro clube de ciclismo, a investigação segue com base em fontes bibliográficas, notícias e análise de imagens, dialogando com o presente por meio da atual discussão sobre a presença das bicicletas nas cidades.

6. 14h45min – 15h
SAÚDE E POBREZA: EXPERIÊNCIAS POPULARES DE SAÚDE, TRABALHO E FAMÍLIA NO ACERVO DO CENTRO HISTÓRICO-CULTURAL SANTA CASA (PORTO ALEGRE)

Giane Caroline Flores(Pratic/Unisinos); Priscilla Almaleh(Cnpq/Unisinos); Vinicius Furquim de Almeida(Fapergs/Unisinos); Rafael Reis, (Unibic/Unisinos); Paulo R. S. Moreira(Unisinos) moreirast@terra.com.br

Exploraremos as potencialidades de pesquisa de algumas fontes produzidas pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e que servem de observatório para o estudo das experiências populares. Serão reunidas três investigações, que tem sido construídas de forma paralela e complementar. A primeira pesquisa tem um recorte sócio-profissional, focando os indivíduos ali tratados, inseridos em mecanismos de controle social, como a polícia. A segunda optou por abordar as variáveis gênero e categoria socioeconômica, privilegiando as mulheres populares. A terceira investigação foca a população negra, selecionando os pacientes pelo seu pertencimento étnico-racial. No Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Porto Alegre) encontram-se os livros de registro de pacientes e de Porta, contendo os seguintes dados: Nome, sexo, idade, cor, naturalidade, filiação, profissão, estado civil, classes (forma de pagamento), endereço, por quem remetido, data de saída, observação (indicando como se deu a alta: curado, morto, a pedido). Mesmo após 1889 a cor continua aparecendo nestes registros, certamente por ser um item importante ao diagnóstico médico. Propomos, então, apresentar resultados preliminares destas três investigações, enfocando temas como saúde, trabalho, moradia e família.

7. 15h – 15h15min
PORTO ALEGRE E SEUS PATRIMÔNIOS CULTURAIS A PARTIR DO JORNAL ZERO HORA

Luis Fernando Herbert Massoni – Mestrando do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação (UFRGS). luisfernandomassoni@gmail.com

O trabalho reflete sobre os imaginários urbanos e sua relação com os patrimônios culturais da cidade de Porto Alegre a partir das informações veiculadas pelo jornal impresso. As informações sobre a cidade divulgadas pelo periódico contribuem para a construção e no fortalecimento de imaginários urbanos. O patrimônio cultural é formado através da atribuição de valor feita pelos cidadãos aos elementos da cidade. O estudo analisa as informações sobre o patrimônio cultural de Porto Alegre divulgadas no jornal impresso Zero Hora. Mapeia os patrimônios culturais identificados, para melhor visualizar as representações sobre cada região da cidade. A pesquisa foca nas narrativas construídas pelo jornal, identifica quais símbolos da cidade são destacados pelo periódico e os atores sociais que se manifestam por meio dele, o que caracteriza o jornal como mediador dos debates a respeito da história, da memória e dos patrimônios da cidade. Conclui que as informações divulgadas no meio impresso auxiliam na mediação e construção das representações sobre a cidade, bem como no estabelecimento de imaginários urbanos, ao mesmo tempo em que fortalecem determinadas visões sobre o seu patrimônio cultural.

15h15min – 15h45min – Debate

16h45min – 16h15min - Intervalo

8. 16h15mim – 16h30min
A VEZ, A VOZ E A PALAVRA: RELATOS SOBRE O PROJETO “BIOGRAFIA A POSTERIORI” NO MUSEU DO CENTRO HISTÓRICO-CULTURAL SANTA CASA

Amanda Mensch Eltz. Centro Histórico-Cultural Santa Casa. amanda.eltz@santacasa.tce.br 
Renata Dariva Costa . Centro Histórico-Cultural Santa Casa. renatadariva@yahoo.com.br

Este trabalho visa relatar o projeto “Biografia a Posteriori”, programa de reconstrução da memória histórica e social realizado no Museu Joaquim Francisco do Livramento, do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (CHCSC), através da Metodologia de História Oral.
Partindo do princípio que não existe patrimônio cultural museológico sem a ação humana de conferir valor, significado ou importância ao artefato, vê-se no sujeito e na sua fala a voz interlocutória dos diferentes saberes, práticas, valores, sentidos, usos e significados, tão fundamentais para o processo de reconstrução das memórias. Tecer relações entre “Comunidade e Museu” é um fator extremamente importante, pois o espaço museológico se torna assim um cenário de democratização da memória e lugar de transformação, reconhecimento e representação social.
Este programa “Biografia a Posteriori” objetiva entrevistar personagens sociais que pertencem ou pertenceram as diferentes comunidades envolvidas socialmente com a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA). O projeto atualmente possibilita a reconstrução do histórico de utilização dos bens materiais presentes no acervo do Museu, como também, da identidade do local produtor desta cultura à SCMPA.

9, 16h30min – 16h45min
PATRIMÔNIO E IDENTIDADE: A CONFECÇÃO DE PIPAS E A PRODUÇÃO ARTESANAL DE VINHO NA COLÔNIA MACIEL EM PELOTAS/RS

Cristiano Gehrke – Universidade Federal de Pelotas. cristianogehrke@gmail.com
A Colônia Maciel, localizada no interior do município de Pelotas/Rio Grande do Sul, é uma região que recebeu no século XIX, sucessivas levas de imigrantes sobretudo italianos. O isolamento geográfico fez com que muitas das práticas culturais destes imigrantes e de seus descendentes se mantivessem preservadas com o passar dos anos.
Dentre estes processos que foram transmitidos de geração em geração e constantemente recriados pela comunidade em função de seu ambiente e de sua interação com a natureza, temos a produção artesanal do vinho e a fabricação das pipas de madeira. Percebemos que tais processos contribuíram de forma bastante significativa, na geração de um sentimento de identidade, configurando-se tais práticas, como integrantes do chamado patrimônio cultural de natureza imaterial.
Desta forma, pretende-se analisar no presente trabalho, como estas práticas, influenciam na manutenção da identificação deste grupo como “italianos” bem como qual foi o papel do Museu Etnográfico da Colônia Maciel neste processo.

10. 16h45min – 17h
INFORMATIVO O BANRISUL E O CLUBE RECREATIVO DOS CONTÍNUOS: FONTE PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA SOCIAL DOS BANCÁRIOS AFRODESCENDENTES

Jane Rocha de Mattos – Museu Banrisul. jmattos@cpovo.net

No ano de 1947, é editado pelos funcionários do Banco do Rio Grande do Sul, o informativo O BanrisulÓrgão Mensal dos Funcionários do Banco do Rio Grande do Sul, de distribuição gratuita, que circulou internamente entre os anos de 1947 a 1959. O informativo veiculava imagens e textos escritos e editados pelo corpo funcional, que era o principal colaborador deste. Colocando-se como porta-voz dos funcionários, entre seus objetivos estava expressar as manifestações dos banrisulenses.
Em 30 de setembro de 1948, um grupo de funcionários, que exerciam a função de contínuos, funda uma nova agremiação bancária, o Clube Recreativo dos Contínuos, que é anunciada no O Banrisul. Nas edições posteriores, são publicados vários textos sobre esse novo clube e suas atividades, único dentro do banco, o que ensejou indagações sobre os seus fundadores e suas práticas durante décadas em que o referido foi publicado. Esta comunicação propõe a apresentação do informativo O Banrisul como fonte para o estudo dos afrodescendentes e suas trajetórias coletivas e individuais.

11. 17h – 17h15min
“O VALE DOS ALEMÃES”? MEMÓRIA, PATRIMÔNIO E A DIVERSIDADE CULTURAL NO VALE DO TAQUARI

Márcia Solange Volkmer – Centro Universitário Univates. marciavolkmer@yahoo.com

Este trabalho apresenta algumas ações desenvolvidas no âmbito da formação de professores de História na cidade de Lajeado/RS. Inserida em uma região na qual a colonização de imigrantes europeus foi representativa, a cidade não se reconhece culturalmente diversa, e a história privilegia alguns grupos sociais específicos. Nesse sentido, considera-se fundamental desenvolver um trabalho de estudo e sensibilização dos futuros professores em relação à diversidade cultural do Vale do Taquari. Além das pesquisas que vinculem o patrimônio dos europeus, indígenas e africanos na configuração social das cidades, os licenciandos elaboram propostas de educação patrimonial. Os bolsistas do Pibid História igualmente estão inseridos na proposta, e elaboram atividades que são desenvolvidas nas escolas. Em 2014 desenvolveu-se o projeto “Conhecendo a história local”. Na modalidade de oficinas, foram estudados os conceitos de memória e patrimônio cultural, e aspectos relativos ao ofício do historiador, com estudo sobre as fontes históricas, pesquisa e preservação. Também foram realizadas visitas guiadas aos lugares de memória da cidade. Nesse sentido, o projeto permite uma reflexão a partir das experiências em sala de aula, possibilitando o reconhecimento da diversidade cultural do Vale do Taquari.

12. 17h15min – 17h30min
REGISTRANDO E PRESERVANDO IMAGENS DO QUE FOI ESCONDIDO: O PROJETO VÍDEO NAS ALDEIAS E A APLICAÇÃO MUSEOLÓGICA

Mireli Castilhos Oliveira – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. mireli.oli@gmail.com

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a produção de filmes e documentários realizados pelo projeto Vídeo nas Aldeias, considerando suas ações como ferramentas de preservação da memória das tribos indígenas brasileiras e de seu patrimônio cultural. Para tal, é preciso fazer uma breve contextualização da problemática do índio no Brasil, que por vezes é retratado como um sujeito “exótico”, sendo ignorados os seus contextos socioculturais. A metodologia é baseada em análises de bibliografia sobre o tema e vídeos produzidos pelo projeto. Foram considerados três vídeos de autoria de Vincent Carelli, idealizador do projeto, em parceria com tribos associadas ao Vídeo nas Aldeias. Também foram consideradas outras atividades realizadas pelo projeto, assim como o ato de usar a filmagem como um meio de preservação cultural e de divulgação de interesses políticos. De acordo com o viés das teorias e práticas museológicas, é ressaltada a importância da documentação por meio de vídeos, a fim de promover a preservação de um patrimônio imaterial. A conclusão é uma relação das práticas do projeto Vídeo nas Aldeias à área museológica e suas devidas aplicações.

13. 17h30min – 17h45min
PHANTOM: A TRAJETÓRIA DE UM INSTRUMENTO MÉDICO-PEDAGÓGICO

Juarez Fraga Junior – Centro Histórico-Cultural Santa Casa. juarez.fraga.jr@gmail.com

Os acervos do Centro Histórico-Cultural Santa Casa e do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul são formados por documentos, objetos e depoimentos que auxiliam na recuperação das atividades que envolvem as práticas de saúde na história do estado. Podemos encontrar em ambos o “Phantom”: máquinas confeccionadas para o exercício pedagógico de alguns dos ofícios da Obstetrícia, criado no século XVII.
As duas instituições possuem um representante desse objeto que, embora tenham a mesma função, possuem características originais que os tornam representantes unos de seus contextos. Utilizados como recursos educativos às parteiras - um no interior, outro na capital do estado - eles podem ser tidos como reflexos da sociedade que os construiu. Assim, nos apropriamos das atuais reflexões sobre a história da medicina, da educação patrimonial e do contexto histórico-social em que eles estavam inseridos para analisar esses objetos de forma comparativa, identificando suas possibilidades enquanto acervo museológico e fonte histórica.
Ressaltando seu caráter pedagógico no viés da prática de saúde e, não por menos, sua originalidade centenária, os “Phantom” são empregados aqui como fontes representativas da história social e da saúde do estado do Rio Grande do Sul.

14. 17h45min – 18h
BENNO MENTZ: UM ACERVO, MÚLTIPLAS FONTES E INÚMERAS POSSIBILIDADES DE PESQUISA

Rosangela C. R. Ramos – PPGH/UNISINOS. rosangelaramos.historia4@gmail.com

O presente trabalho trata sobre o Acervo Benno Mentz (ABM). Este acervo é, muitas vezes, caracterizado como um representante do patrimônio e memória sobre os colonizadores alemães e seus descendentes, no Rio Grande do Sul. Contem inumerável documentação que se refere à temática da colonização, como imprensa (majoritariamente, em idioma alemão), correspondências, materiais iconográficos e fonográficos, além de uma biblioteca, um arquivo genealógico e os arquivos das empresas da família Mentz. A partir das fontes existentes no próprio acervo foi elaborado um estudo para identificar elementos de sua formação, deslocamentos e preservação. Mesmo que a descrição dos tipos documentais seja breve, ela serve para demonstrar a diversidade do ABM ,e, sua capacidade de apoiar estudos, em diversos campos do saber.

18h – 18h30min – Debate